Observatório Socioclimático Recôncavo da Guanabara

Economia e Desenvolvimento Regenerativo

O Observatório Socioclimático atuará como um mobilizador e catalisador de pesquisas, monitoramento e disseminação de informações qualificadas sobre as alternativas econômicas necessárias para impulsionar uma transição justa e regenerativa na região do Recôncavo da Guanabara e no estado do Rio de Janeiro.

Atualmente, a economia fluminense — e, em especial, a dos municípios do Recôncavo — é fortemente dependente das receitas provenientes da indústria petrolífera e de atividades associadas a cadeias fósseis. Diante da urgência climática e da necessidade global de descarbonização, essa matriz de desenvolvimento precisa ser transformada. Para garantir prosperidade, equidade social e sustentabilidade ecológica no longo prazo, será fundamental a construção de novas bases produtivas, ancoradas em práticas regenerativas, inovadoras e inclusivas.

O Observatório terá papel central na geração e articulação de dados, estudos e propostas que promovam a transição para uma economia regenerativa, promovendo alternativas sustentáveis para a região.

Foto de Caio Arbulu na Unsplash

Restauração e Valorização das Florestas como Ativos Econômicos

  • Valorização do carbono florestal: Incentivar a adoção de mecanismos de mercado de carbono, como o pagamento por serviços ambientais (PSA), para promover a preservação e a regeneração das florestas nativas no Recôncavo.
  • Economia da bioeconomia: Aumentar o uso sustentável da biodiversidade local para gerar novos produtos e tecnologias verdes, como a produção de medicamentos, cosméticos e alimentos baseados em produtos da flora nativa.
  • Planejamento de corredores ecológicos:Integrar a restauração das florestas com as estratégias de conectividade ecológica, criando corredores verdes que não apenas preservem a biodiversidade, mas também gerem renda para as comunidades locais através do ecoturismo e produtos florestais sustentáveis.

Desenvolvimento da Agroecologia e Agricultura Regenerativa

  • Promoção de sistemas agroecológicos: Incentivar a transição da agricultura convencional para sistemas agroecológicos, com ênfase na regeneração dos solos, na conservação da água e na promoção da biodiversidade.
  • Apoio à agricultura familiar e cooperativas: Fortalecer as cooperativas e as iniciativas de agricultura familiar, priorizando técnicas de cultivo que respeitem os ciclos naturais e promovam a segurança alimentar e nutricional.
  • Formação técnica e capacitação: Oferecer treinamentos em práticas regenerativas e agroecológicas, com foco em tecnologias de baixo carbono, como compostagem, manejo sustentável de pastagens e agroflorestas.
Foto de Claudio Mota na Unsplash

Ecoturismo e Turismo de Base Comunitária

  • Fomento ao ecoturismo: Desenvolver modelos de ecoturismo que integrem a valorização ambiental e cultural da região, gerando novas fontes de renda para as comunidades, ao mesmo tempo que promovem a conservação dos ecossistemas locais.
  • Turismo de base comunitária: Criar redes de turismo que permitam a participação ativa das comunidades locais, especialmente as tradicionais e periféricas, na organização e gestão das atividades turísticas, respeitando suas culturas e saberes.
  • Turismo regenerativo: Promover práticas de turismo que não apenas minimizem impactos ambientais, mas que efetivamente contribuem para a regeneração dos territórios, como visitas a áreas de reflorestamento, práticas de agricultura regenerativa e experiências imersivas na cultura local.

Alternativas Econômicas com Viés de Gênero

  • Empoderamento econômico das mulheres: Criar e fortalecer iniciativas que promovam a autonomia financeira de mulheres nas áreas rurais e urbanas, com foco em projetos produtivos de base regenerativa, como pequenos negócios de agroecologia, ecoturismo e economia circular.
  • Apoio a empreendimentos liderados por mulheres: Facilitar o acesso das mulheres a financiamentos e capacitação técnica, com o objetivo de estimular o desenvolvimento de negócios sustentáveis e inovadores no campo da regeneração e adaptação climática.
  • Redes de cooperação feminina: Fomentar cooperativas e redes de apoio que conectem mulheres em áreas rurais e urbanas, para que possam compartilhar saberes e recursos, além de criar soluções coletivas para problemas ambientais e econômicos locais.
Foto de Chelsea na Unsplash

Transição para uma Economia Descarbonizada

  • Diversificação das fontes de energia: Estimular o desenvolvimento de fontes de energia renovável, como solar e eólica, para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e promover a sustentabilidade energética nas comunidades do Recôncavo.
  • Incentivos para a economia circular: Promover práticas de reutilização e reciclagem no setor industrial e agropecuário, incentivando novos modelos de produção e consumo que minimizem desperdícios e externalidades ambientais.
  • Apoio à descarbonização do setor energético: Trabalhar na transição do uso de energias fósseis para alternativas renováveis, com foco na descarbonização do setor de petróleo e gás, que ainda domina a economia fluminense.

Estratégias para Acelerar a Transição Regenerativa

  • Monitoramento e indicadores de desenvolvimento regenerativo: Estabelecer indicadores claros de progresso nas áreas de agroecologia, ecoturismo, empoderamento feminino e restauração florestal, com o objetivo de medir o impacto positivo dessas atividades na redução da pegada ecológica e no bem-estar social.
  • Projetos pilotos e iniciativas locais: Criar projetos pilotos que demonstrem os benefícios da transição para a economia regenerativa, criando modelos replicáveis para outras regiões.
  • Articulação com políticas públicas: Trabalhar junto a governos locais e estaduais para incorporar os princípios do desenvolvimento regenerativo em políticas públicas de desenvolvimento econômico e adaptação climática, com foco em justiça social e equidade territorial.

Resumo

A economia regenerativa no Recôncavo da Guanabara busca alinhar prosperidade, justiça social e sustentabilidade ecológica, promovendo alternativas que reduzam desigualdades, protejam a natureza e fortaleçam as comunidades locais.